Os benefícios da atividade física para pessoas com autismo
Você sabia que a prática de exercícios físicos permite a liberação de um hormônio conhecido como endorfina, que auxilia nas funções do sistema nervoso como a autorregulação e melhora do sono? Sem falar que proporciona prazer, motivação e movimentação.
Existem várias pesquisas que provam que o exercício físico e sua prática regular e rotineira ajudam a melhorar as habilidades motoras e sociais de pessoas com autismo. O que também contribui para a diminuição da estereotipia, comportamentos agressivos e hiperatividade.
Além disso, pessoas com autismo envolvidas em atividades esportivas constroem relações sociais, uma vez que algumas práticas são feitas em grupo. Essa participação também pode ser positiva no sentido de dar a sensação ao autista de que ele pertence à sociedade e faz parte de um time.
Vamos nos aprofundar um pouco nesse tema juntos!
Um breve resumo da história do autismo
O termo autismo foi criado no início dos anos 1900 pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuler. Sua intenção era descrever a fuga da realidade para um mundo interior, ação que era muito observada em pacientes esquizofrênicos.
Apenas anos mais tarde que o autismo como conhecemos foi descrito. Um médico chamado Leo Kanner, em 1943, acreditava que o autismo era um problema do desenvolvimento humano.
Em seu trabalho, Kanner estudou 11 casos de pessoas que apresentavam incapacidade de se relacionar, descrito também como “um isolamento extremo desde o início da vida e um desejo obsessivo pela preservação das “mesmices".
Desse estudo, saiu a obra : “distúrbios autísticos do contato afetivo".
No ano seguinte, em 1944, um médico alemão, Hans Asperger, realizou um trabalho com crianças, que muito se assemelhava ao trabalho de Kanner. Atualmente, Kanner e Asperger são considerados os primeiros a identificar o autismo.
O que é o autismo?
O autismo, também conhecido como Transtorno do Espectro Austista, TEA, é uma condição neurológica que compromete o comportamento do indivíduo, uma vez que impacta diretamente e causa distúrbios na tríade: interação social, comunicação e reciprocidade social.
O termo “espectro” surgiu no ano de 2013, justamente por conta da diversidade de sintomas e níveis que as pessoas apresentam. Mas o que isso quer dizer? Que cada pessoa com autismo têm um conjunto de características que se manifestam de forma individual, ou seja: ele se torna único dentro do espectro.
Segundo o estudo do Center of Diseases Control and Prevention (CDC), 1 em cada 44 pessoas têm autismo.
O que causa o autismo?
Por muito tempo uma das causas do autismo era a falta de contato entre a mãe e o bebê. Foram anos acreditando que a frieza ou rejeição da mãe era a causa do problema, porém, hoje sabe-se que a etiologia do autismo é múltipla.
Apesar disso, ninguém pode bater o martelo e dizer que o autismo é causado por coisas específicas; o que se sabe é que existem fatores que podem determinar esse transtorno, como predisposição genética, o uso de certos medicamentos e infecções durante a gestação.
Características marcantes do autismo
Pessoas com autismo sofrem com a falta de habilidade para entender o comportamento do outro. Isso é fruto da incapacidade de interpretar, considerar e reagir aos estímulos sociais e emocionais. Autistas encontram severas dificuldades para entender ironia, sarcasmo e variados tipos de vícios de linguagem, por exemplo.
Outras características podem ser descritas como isolamento extremo, alterações de linguagem marcadas pela ausência da finalidade comunicativa, movimentos e rituais considerados obsessivos com tendências repetitivas e, um dos mais marcantes que é o déficit na coordenação motora.
Sendo assim, fica evidente que pessoas com autismo carecem de cuidados multidisciplinares. E um grande aliado a esses cuidados pode ser a prática esportiva.
Benefícios da atividade física para pessoas com autismo
Nas últimas décadas, cresceu significativamente a procura pelos efeitos benéficos da atividade física para autistas. Como já falamos, uma das características marcantes do autismo é a tendência ao isolamento; por meio da atividade física, é possível vencer essa ociosidade, o que colabora em grande escala para o desenvolvimento da interação social.
A prática de exercícios físicos também melhora a coordenação motora e a capacidade cognitivo-emocional. Sem falar no desenvolvimento da consciência corporal e espaço-temporal.
Também é válido dizer que é possível encontrar benefícios nos dois tipos de atividades físicas, seja individual ou coletiva.
Quando falamos em uma atividade individual, como treinamento funcional, natação, corrida e tênis, por exemplo, o autista se vê protegido da sensação de não ser compreendido.
Não há necessidade de grandes socializações, ou esforço do autista para entender as dinâmicas sociais; e não há problemas de comunicação ou relação com a equipe, visto que a equipe em questão não existe.
Já nos casos de atividade coletiva, como futebol, basquete, esportes com bolas no geral e danças, por exemplo, o autista está inserido em um grupo, o que facilita para que ele construa relações sociais.
Essa participação também permite que a pessoa com autismo sinta que tem um papel na sociedade ao fazer parte de um time.
Mas falando de atividades físicas como um todo, é preciso pontuar que essa prática pode atenuar algumas características de pessoas com autismo, como padrões de comportamento de inadaptação, comportamentos estereotipados e agressivos.
Também pode promover melhoras significativas como redução da desatenção, melhora da flexibilidade, equilíbrio e força muscular. Uma vez que a realização de movimentos frequentes ajuda no conhecimento de postura corporal, aumenta a noção de espaço e tempo e, especialmente, do ambiente em que se vive.
Ou seja, em linhas gerais os benefícios da atividade física para pessoas com autismo são:
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Estimula a comunicação;
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Ajuda a reduzir ansiedade;
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Dá uma espécie de autonomia;
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Melhora do humor;
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Aumenta a autoestima;
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Possibilita o aprendizado de novas habilidades;
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Estimula o foco e concentração.
Agora que você sabe os benefícios, precisa pensar em como começar, certo?
Como uma pessoa com autismo pode começar a praticar atividades físicas?
No primeiro momento pode ser que a pessoa com autismo sofra com a mudança de rotina; então é preciso de tempo e paciência para se adaptar. O essencial é escolher uma atividade que seja interessante e esteja dentro das necessidades e gostos do autista.
É importante ressaltar que as pessoas com TEA podem correr, nadar, jogar bola e fazer a atividade física que bem desejarem. A diferença é que eles precisam ser ensinados com mais paciência e usando técnicas efetivas.
Afinal, o exercício físico é importante para o bem-estar independentemente da idade ou habilidade. E, apesar de as pessoas com autismo terem necessidades especiais no que diz respeito ao aprendizado e relações interpessoais, elas são iguais a todas as outras.
E, sendo assim, também precisam de atenção e estímulo para desenvolver as habilidades, principalmente na área de comunicação.
Por fim, fica claro que quando falamos em pessoas com autismo, a atividade física entra como fator motor uma vez que os autistas são estimulados a se expressar e conviver em grupo, melhorando, assim, sua capacidade de interação e comunicação.
Gostou do nosso artigo? Deu pra entender bem os benefícios e a importância da atividade física para pessoas com autismo, né? Mas se você ficou com alguma dúvida pode entrar em contato conosco. Nossa equipe está mais do que pronta para te ajudar no que for!